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É Lídia Brondi, chéri!

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Como Mira Maia em "Baila Comigo" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Como Mira Maia em “Baila Comigo” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Na semana passada, tratei AQUI sobre a carreira do ator Lauro Corona, cujo trabalho podemos conferir diariamente no Viva, na novela “Dancin´ Days”. Matar a saudade, seria a expressão mais apropriada, já que Lauro nos deixou há 25 anos. Relembro desta vez outro talento de “Dancin´ Days” que também deixou muitas saudades, há anos afastado da TV: a atriz Lídia Brondi.

Assim como Lauro, Lídia Brondi fez um enorme sucesso na televisão, entre as décadas de 1970 e 1980, tendo atuado em diversas novelas, com personagens carismáticos e populares. Uma atriz cujo olhar aliava com igual intensidade a candura de personagens românticas e delicadas com a determinação de vilãs ou mulheres fortes.

Como Lúcia, a menina do circo em "À Sombra dos Laranjais" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Como Lúcia, a menina do circo em “À Sombra dos Laranjais” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Lídia Brondi Resende nasceu na cidade paulista de Campinas, em 29 de outubro de 1960, mas passou parte da infância e adolescência entre Ribeirão Preto (também em São Paulo) e a cidade do Rio de Janeiro, por conta da profissão do pai, o pastor Jonas Resende. No Rio, estudou teatro. Seu primeiro trabalho na televisão foi aos catorze anos, na série “Márcia e Seus Problemas”, na TV Educativa, juntamente com outra estreante: Natália do Valle, com quem viria a contracenar anos depois, na Globo.

Em 1975, Lídia atuou em sua primeira novela, já na Globo: “O Grito”, de Jorge Andrade, dirigida por Wálter Avancini, em que viveu a colegial Estela, filha dos ricaços interpretados por Leonardo Villar e Maria Fernanda. A garota vivia de namorico com o adolescente (na época), interpretado por Guto Franco, filho de Moacyr Franco.

Suzy e seu núcleo familiar em "Final Feliz" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Suzy e seu núcleo familiar em “Final Feliz” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Entre 1976 e 1977, Lídia Brondi esteve em duas novelas de época do horário das seis, dirigidas por Herval Rossano. Em “O Feijão e o Sonho”, entrou na fase final da trama, como Irene, uma das filhas adolescentes do casal protagonista vivido por Cláudio Cavalcanti e Nívea Maria. Em “À Sombra dos Laranjais”, foi a garota Lúcia, que chegava à cidadezinha de Laranjais com um circo itinerante.

Em 1977, o diretor Daniel Filho a escalou para seu primeiro papel importante: a rebelde Bia de “Espelho Mágico”, de Lauro César Muniz. Bia tinha uma relação conturbada com a mãe, a atriz Leila Lombardi (Glória Menezes), por não aceitar sua separação de seu pai, Jordão (Juca de Oliveira). Mas foi no trabalho seguinte, “Dancin´ Days”, de Gilberto Braga, que Lídia Brondi tornou-se conhecida de norte a sul. Sua personagem, Verinha, fez tanto sucesso quanto a novela em si. Órfã, pobre e batalhadora, Veria Lúcia fazia o contraponto com Marisa (Glória Pires), sua amiga riquinha e mimada.

Na capa das trilhas das novelas "O Homem Proibido" e "Vale Tudo" (Foto: Reprodução)

Na capa das trilhas das novelas “O Homem Proibido” e “Vale Tudo” (Foto: Reprodução)

O trabalho que se seguiu não repercutiu tanto, mas já dava uma mostra da versatilidade de Lídia Brondi. Em “Os Gigantes”, de Lauro César Muniz (1979), a atriz foi Renata, que se interessava pelo quarentão Fernando (Tarcísio Meira). O autor da novela ainda ensaiou um interesse homossexual entre Renata e a protagonista Paloma (Dina Sfat) – que não foi adiante.

Em 1981, então com 20 anos, Lídia viveu outra personagem marcante, inesquecível, adorada…. quer dizer, odiada, no caso. Mira Maia – de “Baila Comigo”, de Manoel Carlos – era uma jornalista metida, barraqueira, que falava o que pensava e, por isso, colecionava desafetos na trama e a antipatia do público. Tem uma cena ótima dessa novela, em que Mira invade a casa de Lúcia (Natália do Valle), as duas discutem e Lúcia, que estava tomando sol, não pensa duas vezes antes de jogar Mira na piscina.

Com Tony Ramos em "Espelho Mágico" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com Tony Ramos em “Espelho Mágico” (Foto: CEDOC/TV Globo)

Talvez por já ter atuado em dois filmes baseados na obra do dramaturgo Nelson Rodrigues (“Perdoa-me Por Me Traíres”, de Braz Chediak, em 1980, e “O Beijo no Asfalto”, de Bruno Barreto, em 1981), Lidia tenha sido escalada para viver outra personagem do “Anjo Pornográfico”: a sonsa Joice de “O Homem Proibido”, romance transformado em novela das seis, em 1982. Joice tinha problemas psicológicos, invejava a prima, Sônia (Elizabeth Savalla) e não hesitou em roubar-lhe o namorado, Paulo (David Cardoso). Gostava dessa novela, apesar de não ter feito sucesso. Como não amar Joice se fingindo de cega para enganar todos e receber atenção extra?!

Depois de duas personagens mazinhas, a atriz viveu a romântica e delicada Suzy de “Final Feliz”, de Ivani Ribeiro (1982-1983), contracenando com Buza Ferraz (seu par romântico), Lílian Lemmertz (com quem havia atuado nas duas últimas novelas, “Baila Comigo” e “O Homem Proibido”) e Natália do Valle (de “Baila Comigo”). Em 1984, Lídia começou a atuar em “Transas e Caretas”, mas teve que deixar a novela pela metade, pois estava grávida de sua única filha, Isadora, do casamento com o diretor Ricardo Waddington.

Como a colegial Estela em "O Grito", sua primeira novela (Foto: CEDOC/TV Globo)

Como a colegial Estela em “O Grito”, sua primeira novela (Foto: CEDOC/TV Globo)

A atriz voltou à TV em 1985 para interpretar Tânia, a contestadora filha do Sinhozinho Malta (Lima Duarte), em “Roque Santeiro”. A personagem se apaixonava pelo Padre Albano (Cláudio Cavalcanti), num romance que movimentou a trama da novela e discutiu o celibato da igreja católica. Em 1987, José Wilker foi contratado pela TV Manchete para dar um “up” no departamento de dramaturgia, e levou consigo vários globais. “Corpo Santo”, foi a única novela de Lídia Brondi fora da Globo, em que interpretou a personagem Bárbara Diniz.

De volta à “taba global”, Lídia Brondi deu vida a outra de suas personagens inesquecíveis, a “chéri” Solange Duprat, editora da revista Tomorrow, em “Vale Tudo”, sucessão escrito pelo trio Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Novamente com o olho furado pela falsa amiga vivida por Glória Pires (Maria de Fátima) – como havia sido em “Dancin´ Days”. Elegante, moderna e descolada, o figurino, maquiagem e corte de cabelo da chéri foi copiado como nunca.

Com o marido Cássio Gabus Mendes em "Meu Bem Meu Mal", sua última novela (Foto: CEDOC/TV Globo)

Com o marido Cássio Gabus Mendes em “Meu Bem Meu Mal”, sua última novela (Foto: CEDOC/TV Globo)

Tieta”, o trabalho seguinte, trouxe a atriz vivendo uma prostituta que escondia seu passado: Leonora, a “afilhada” da protagonista interpretada por Betty Faria – que se apaixonava pelo certinho Ascânio (Reginaldo Faria). “Meu Bem Meu Mal”, novela de Cassiano Gabus Mendes, de 1990, mostrou Lídia de cabelo “joãozinho” (curtíssimo), à la Demi Moore, que na época fazia sucesso com o filme “Ghost”. Aliás, Lídia sempre lançou moda com seus cortes de cabelo “diferentes” – vide Mira de “Baila Comigo”, Tânia de “Roque Santeiro” e Solange de “Vale Tudo”.

Em “Meu Bem Meu Mal”, a atriz voltava a contracenar com Cássio Gabus Mendes, seu par romântico de “Vale Tudo”, com quem viria a se casar de verdade. Este foi o último trabalho da atriz, que abandonou definitivamente a carreira, no auge da beleza e juventude. Hoje, Lídia Brondi, com 54 anos, trabalha como psicóloga em São Paulo, onde vive com Cássio. Não dá mais entrevistas e não tem a menor vontade de voltar a atuar. Uma pena, para os fãs. Lídia é a nossa Greta Garbo da TV: “I want to be alone, chéri!

COMENTE: Quais os papeis de Lídia Brondi você mais gostou?


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